quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Comparsas

Não devo ferir meu ego, ele já teve o bastante disso.
Simplicidade não é tão simples. Cerveja e cigarros são simples.
Calo-me, ao menos você voltou, por alguns minutos.
A porta estava aberta, eu sei. Não deveria debater. Calo-me.
Olhei para algumas bundas hoje. Mas, foi isso, olhei. Não vi nada. Por que?
Velho Johnny solta suas histórias com o vilão em mãos.
Deveria seguir seu conselho. Homem solitário.
Mas, não sou homem. Não o bastante.
Bukowski me acompanhou durante o dia.
Ele bateu em alguns caras. Durão.
Deveria seguir seu exemplo. Mas não tenho colhões.
Jack também deu seu parecer.  Deveria ser como ele.
Mas não tenho uma estrada a seguir.
Nós quatro sentamos em uma roda, a uma mesa de bar.
Pedimos tequila, cerveja e duas doses de whiskey.
Discutimos mulheres. Orgasmos, bundas e peitos.
Discutimos a vida. Esperar e agir.
Concordaram que apesar de serem homens solitários durões com estradas,
esperariam.
Todo homem tem uma fraqueza. Devo ter um pouco de homem em mim, então.
O amor é um homem.
É durão. Tem colhões. Segue uma estrada, mesmo sendo incerta.
Mas sendo homem, desaba por vezes.
Pelo menos você voltou por alguns minutos.
Não tranquei a porcaria da porta. Devo ter perdido a chave.
Ou me fiz perdê-la.
Johnny continua com sua história em Reno.
Bukowski fala sobre sua ruiva.
Kerouac de New York.
Eu fico em silêncio. Os ouço.
Espero a porta rangir.

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